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11 excertos do Livro “No verso da Cicatriz”, de Bento Baloi

No Verso da Cicatriz é o segundo romance de Bento Baloi. Este livro retracta os acontecimentos sociopolíticos e económicos que decorreram em Moçambique, mas entrelaçados numa história de amor. Para além do conflito armado, o livro também aborda a “Operação Produção”, durante a qual, nos anos 80, milhares de pessoas viram-se forçadas a ir trabalhar em meio rural, longe das suas zonas de origem.

A sinopse do livro diz:

“Um casal de apaixonados vê os seus caminhos desencontrarem-se por força das circunstâncias da história de um Moçambique pós-independência. Uma sequência de intrigas e mal-entendidos conduz o rapaz ao desterro. Primeiro para Milange, para onde foram enviadas as Testemunhas de Jeová. Depois para Mavago, nas amarras da chamada Operação Produção.

As incessantes buscas dos caminhos do reencontro transformam este enredo num drama que se enrosca no percurso histórico de uma nação em construção. O casal acaba mergulhado no epicentro de uma guerra fratricida. Uma guerra que lhes é alheia, mas que mata e destrói.

Esta é uma estória de dor, paixões, luta e perseverança. É o desvendar do que se esconde por detrás de uma cicatriz de quem acredita num amanhã radiante para todos.”

Seguem abaixo 11 excerto deste livro:

  1. Quais são os limites do injusto e do inocente? Amar é o bem mais sagrado que a mãe natureza nos deu. O coração que ama é sempre inocente. Quem ama tem o direito a uma estrada que lhe abra os caminhos da felicidade. Todo o amor é justo. É inocente.
  2. Todo o pássaro tem o direito natural de voar e desfrutar do azul que o infinito oferece. Os homens da minha terra não são pássaros, não têm asas, não voam. A sua liberdade desfruta-se em cada centímetro do chão que pisam, no pedaço da terra que trabalham, nas plantas que florescem à sua volta e no ar puro que respiram.
  3. (…) a grandeza dos homens também se mede pela sua capacidade de reconhecer os seus erros.
  4. Quem sabe esperar, sabe tecer a estrada do seu próprio destino.
  5. Homem que é homem tem que ser forte e enfrentar, de peito aberto, as vicissitudes da vida.
  6. (…) a felicidade é um todo que se busca aos pedaços.
  7. A lei da vida ensina que o homem pode mandar vir com todo o mundo e alhear-se de tudo e de todos, menos da sua própria esposa. As mulheres têm esse dom. Podem atravessar a muralha de qualquer fúria masculina, amansar a fera e fazê-la falar.
  8. O amor é vida. O amor é bom. O amor purifica a alma e a mente. O amor inspira. O amor move o mundo. Faz brilhar o escuro. Faz progredir. Faz sonhar.
  9. O ódio é mau. Gera a morte da alma. Atrofia a mente. Apaga o futuro. Apaga todas as pegadas do bem.
  10. Os homens são crianças. O seu amor voa no primeiro abanar do vento. Nós, as mulheres, já não. Somos mais consistentes. Sabemos o que queremos da vida.
  11. É hoje que aprendo que a guerra não é uma luta entre os seus arquitectos, mas sim entre os seus engenheiros. Mas quem morre é sempre o pedreiro.

Título: No Verso da Cicatriz

Autor: Bento Baloi

Editoras: Ideia-Fixa (Portugal); Índico (Moçambique)

Páginas: 324

10 Excertos do livro “Naufrágio” de João Tordo

13 “frases” do livro Quantas Madrugadas tem a noite, de Ondjaki

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Fernando Chaúque

FERNANDO ABSALÃO CHAÚQUE Licenciado em Ensino de Língua Inglesa pela Universidade Pedagógica de Maputo, é professor de profissão. É também escritor, autor do livro “Âncora no Ventre do Tempo” (2021), Prémio Literário Alcance Editores, edição de 2019, e co-autor das seguintes obras: “Barca Oblonga” (editora Fundza, 2022), “Mazamera Sefreu” (editora Kulera, 2023) e “Atravessar a pele” (Oitenta Noventa, 2023). Fez parte dos livros “Os olhos Deslumbrados” (FFLC, 2021); “Um natal experimental e outros contos” (Gala Gala edições, 2021).

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