A revolução é um conceito que perpassa os limites da razão ou de quaisquer fundamentos teóricos. Mesmo em psicologia é um desafio medir com exactidão a emoção humana, à razão desse facto, a realidade política e social moçambicana carrega consigo códigos encriptados cuja sua desmitificação exigirá do cidadão uma experiência, não apenas intelectual, mas também emocional e, essencialmente, discernimento entre ideias e ideais.

Ideia pode ser entendida como fluxo de pensamento, passando ou não pelo juízo racional, para determinada realização de um objectivo. Ou seja, comungar os mesmos ideais não implica ter mesmas ideias, porém, com base nesses ideais haverá sempre um exame para formar uma que responda às expectativas do colectivo.

Apesar de a emoção ser também parte significante para as nossas acções e reacções, ela per si, não é capaz de entender e responder às complexidades do quotidiano de moçambicanos. Por conseguinte, ser revolucionário demanda responsabilidade e conhecimento de como manipular a informação sem passar por cima dos ideais do colectivo. O exame de personalidade na política é calcanhar de Aquiles visto que o indivíduo é tido como um actor. Portanto, a diferença entre um actor de teatro e um actor político reside no limite da teatralidade.

Por Jorge Zamba

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FERNANDO ABSALÃO CHAÚQUE Licenciado em Ensino de Língua Inglesa pela Universidade Pedagógica de Maputo, é professor de profissão. É também escritor, autor do livro “Âncora no Ventre do Tempo” (2021), Prémio Literário Alcance Editores, edição de 2019, e co-autor das seguintes obras: “Barca Oblonga” (editora Fundza, 2022), “Mazamera Sefreu” (editora Kulera, 2023) e “Atravessar a pele” (Oitenta Noventa, 2023). Fez parte dos livros “Os olhos Deslumbrados” (FFLC, 2021); “Um natal experimental e outros contos” (Gala Gala edições, 2021).

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