GALÁXIA DOS LIVROS – Episódio 6 – Morgado Mbalate

Morgado Henrique Mbalate, Nasceu em Maputo, a 6 de Setembro de 1993. É licenciado em Filosofia (USTM), especialista em Recursos Humanos e Ética. É membro da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO); Co-fundador do Círculo Académico de Letras e Artes de Moçambique (CALAM). Autor dos livros Odisseia da Alma (Editora Edições Esgotadas, Viseu, Portugal, 2016); A Arte Suave da Palavra (Chiado Books, Lisboa, Portugal, 2020); Co-autor do CD de Literatura Negra O que nos a Bala (Comunidade do Tambor, Sorocaba, Brasil, 2018). De entre prémios e distinções, destaque para o Prémio Bicentenário de Dostoiévski (2021); Prémio Mundial de Poesia Nósside (2014), e Prémio Fernanda de Castro do IV Concurso Internacional de Poesia e Prosa (2017). Claramente, é um bibliófilo, por isso, é em torno do seu amor pelos livros que está conversa gira.

1.Como a leitura (livro) chega ao teu coração?

Como toda a doença que é textualmente transmitida, a leitura chegou ao meu coração na infância, através dos livros da biblioteca pessoal do meu avô e de banda desenhada. A paixão pela leitura e a pequena biblioteca do meu avô e por acaso chará, representam uma herança espiritual, cultural e intelectual dos meus ancestrais.

2.Ainda te lembras do primeiro livro (ou texto) que leste?

Se a memória não me trai, lembro-me que um dos primeiros livros que li, foi O livro do Desassossego de Fernando Pessoa. O primeiro texto que li foi o texto Surge et Ambula de Rui de Noronha que é bastante relacionado pelos leitores com o meu meu texto intitulado Africanizando.

3.Que livro mudou o teu horizonte? 

Venenos de Deus, Remédios do Diabo: as incuráveis de Vila Cacimba de Mia Couto.  Mudou meu horizonte e a minha vida pela narrativa que entrelaça as estórias das personagens que têm vidas feitas de mentiras e ilusões que tornam difícil diferenciar os sonhos da realidade. O livro demonstra que as mentiras e as ilusões distorcem demasiado a realidade até ao ponto de não se saber distinguir o real do surreal.

4.Que livro está no teu travesseiro? 

Gramática expositiva do chão de Manoel de Barros, meu autor favorito de todos os tempos.

5.Que livro não conseguiste terminar de ler (por quê?)

The 48 laws of power, as 48 leis de poder de Robert Greene. Não consegui terminar de ler porque sempre que lia tentava colocar as ideias do autor em prática…  mas sem sucesso rsrs (risos), e recomeçava as leituras vezes sem conta.

6.Sugira um livro para se ler antes de morrer (por que ler esse livro?).

 Balada de amor ao vento de Paulina Chiziane. Recomendo este livro porque traz a semente do que viria a ser o clássico Niketche, histórias de amor entrelaçadas entre monogamia e poligamia.

Guião de entrevista: Alerto Bia

Redacção: F. A. Chaúque

Revisão: Daúde Amade

 

 

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FERNANDO ABSALÃO CHAÚQUE Licenciado em Ensino de Língua Inglesa pela Universidade Pedagógica de Maputo, é professor de profissão. É também escritor, autor do livro “Âncora no Ventre do Tempo” (2021), Prémio Literário Alcance Editores, edição de 2019, e co-autor das seguintes obras: “Barca Oblonga” (editora Fundza, 2022), “Mazamera Sefreu” (editora Kulera, 2023) e “Atravessar a pele” (Oitenta Noventa, 2023). Fez parte dos livros “Os olhos Deslumbrados” (FFLC, 2021); “Um natal experimental e outros contos” (Gala Gala edições, 2021).

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