Quinta-feira, Novembro 21

Adélia Luzia Prado de Freitas (Divinópolis, 13 de dezembro de 1935) é uma poetisa, professora, filósofa, romancista e contista associada ao Modernismo, amplamente reconhecida como a maior poetisa viva do Brasil. Sua obra captura a essência do quotidiano com uma combinação de perplexidade e encantamento, guiada pela fé cristã e permeada por um tom lúdico, elementos que compõem seu estilo inconfundível.

Formada como professora, Adélia Prado dedicou 24 anos ao ensino antes de se consagrar como escritora. Sua chegada ao cenário literário brasileiro simbolizou uma revalorização do feminino nas letras, evidenciando a mulher como um ser pensante. Adélia consegue incorporar os papéis de intelectual, mãe, esposa e dona-de-casa em sua obra, sendo agraciada com várias distinções, incluindo o Prêmio Camões em 2024. Eis o retrato de algumas obras dela.

  1. Bagagem (1976)

“Bagagem” marca a estreia literária de Adélia Prado, publicada sob a recomendação de Carlos Drummond de Andrade. A obra é estruturada em quatro grandes seções. “O modo poético” explora a definição da linguagem e o fazer poético, além de buscar delinear o papel da autora como mulher e poetisa. “Um jeito e amor” reúne poemas amorosos. “A sarça ardente”, dividida em parte 1 e 2, trata da memória. Por fim, “Alfândega” contém apenas um poema homônimo.

2. Terra de Santa Cruz (1981)

Considerada uma das obras mais significativas de Adélia Prado, “Terra de Santa Cruz” é uma coleção de poemas emocionantes, publicada inicialmente em 1981. A reedição pela editora Record busca relançar toda a obra da autora, consolidando sua posição na poesia contemporânea.

3. O Pelicano (1987)

“O Pelicano” representa uma nova fase na carreira de Adélia Prado, publicada em 1987, onde a religiosidade e o erotismo se confrontam, revelando aspectos inéditos de seu misticismo.

4. A Faca no Peito (1988)

Em “A Faca no Peito”, Adélia centra-se no personagem Jonathan, que pode representar Deus, o sexo masculino ou a crença religiosa. A obra aborda a promessa e a fuga, a realização e o desejo, refletindo a eterna busca humana.

5. Oráculos de Maio (1999)

Após um longo intervalo, “Oráculos de Maio” marca o retorno de Adélia Prado à poesia. Com cinquenta e oito poemas divididos em seis partes, a obra revisita temas anteriores com novos recortes e apresenta experiências inéditas da autora, agora sexagenária. Destaque para a seção “Cristais”, com poemas de sabor haicai, que articulam a experiência humana e suas dores.

6. A Duração do Dia (2010)

“A Duração do Dia” revela uma poetisa sutil e sedutora, com versos sobre amor, desejos, frustrações e sonhos. Adélia Prado aborda temas recorrentes como a vida provinciana e a religiosidade, refletindo sua própria experiência e conflitos entre o sagrado e o profano.

7. Solte os Cachorros (1979)

“Solte os Cachorros” marca a estreia de Adélia Prado na prosa. Publicada originalmente em 1979, a obra aborda os desafios de uma mulher de 40 anos, explorando temas como amor, relacionamentos, religião, vida e morte.

8. Cacos para um Vitral (1980)

“Cacos para um Vitral” narra o quotidiano aparentemente monótono de Maria da Glória, uma professora de música e religião em busca da perfeição divina. A obra utiliza a metáfora do vitral para explorar a relação entre a vida e Deus, mostrando fragmentos da vida da protagonista ao lado de seu marido Gabriel.

9. Os Componentes da Banda

Em “Os Componentes da Banda” Adélia Prado descreve sua cidade do interior, sua gente e sua paisagem com uma linguagem que alterna entre a comoção e a indignação, criando uma musicalidade lírica.

10. Manuscritos de Filipa (1999)

“Manuscritos de Filipa” é uma coleção de textos curtos resultante de uma coluna semanal que Adélia Prado manteve no jornal Correio Braziliense. A obra é marcada pela religiosidade e reflexões sobre a vida.

11. Filandras (2001)

“Filandras” é uma coletânea de contos que tratam de amores, desejos, frustrações e sonhos. As personagens, principalmente mulheres simples do interior, revelam uma personalidade forte e são retratadas com delicadeza e profundidade.

12. Quero Minha Mãe (2005)

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Quero Minha Mãe” apresenta uma narrativa fragmentada, com instantes recortados da vida da protagonista. A obra mistura o cotidiano, a subjetividade e os fatos narrados de forma belíssima, explorando diferentes perspectivas da personagem principal.

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FERNANDO ABSALÃO CHAÚQUE Licenciado em Ensino de Língua Inglesa pela Universidade Pedagógica de Maputo, é professor de profissão. É também escritor, autor do livro “Âncora no Ventre do Tempo” (2021), Prémio Literário Alcance Editores, edição de 2019, e co-autor das seguintes obras: “Barca Oblonga” (editora Fundza, 2022), “Mazamera Sefreu” (editora Kulera, 2023) e “Atravessar a pele” (Oitenta Noventa, 2023). Fez parte dos livros “Os olhos Deslumbrados” (FFLC, 2021); “Um natal experimental e outros contos” (Gala Gala edições, 2021).

2 comentários

  1. Jose Vendelino Santos on

    Achei muito interessante e acrescento que a ideia é muito boa. Amo poesia, também escrevo

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