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    Home»Ensaio»Recensão crítica da obra “Viagens na Minha Terra” de Almeida Garrett
    Ensaio

    Recensão crítica da obra “Viagens na Minha Terra” de Almeida Garrett

    Fernando ChaúqueBy Fernando Chaúque10/12/2023Sem comentários4 Mins Read
    Recensão crítica da obra "Viagens na Minha Terra" de Almeida Garrett
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    Recensão crítica da obra “Viagens na Minha Terra” de Almeida Garrett

                   Viagens na Minha Terra é o título da obra de Almeida Garrett, publicada no ano de 1883, em Lisboa, pela Imprensa Nacional.  Garrett, para além de escritor, foi, também, poeta prosador e dramaturgo português. Tido ainda como fundador do teatro, legislador, e jornalista. Desse modo, torna-se percursor do romantismo português – esta que se caracteriza, segundo Silva e Aguiar (1988:360) por “tensões e contradições” que de facto vai levantado ao longo da diegese.

    Apresenta um tema bastante sugestivo, pois, a palavra  “Viagens” remete-nos à deslocação de um lugar para o outro, seja interna ou externa. No caso em questão, trata-se de uma descrição do que se viu ou aconteceu durante o percurso de Lisboa à Santarém, porém, não se referia à uma viagem, mas sim “Viagens”, no plural, porque as outras são psicológicas. Afinal, refere-se a sua “Terra“, Portugal, Santarém, onde vai levantando questões reflexivas supondo de vista político e social.

    Assim, quanto à matéria social, destaca-se a guerra civil em Portugal e as consequências. Quando Dom Sexto morre, Dom Miguel pretendia tomar o poder. O que não se concretizou no momento, porque o mesmo já era soberano de Brazil. Foi então que D. Miguel manda a sua filha Dona Maria de oito anos de idade para Portugal. Chegado lá, ela é tutelada pelo D. Miguel, irmão de D. Pedro. Entretanto, quando queria reformular Portugal, D. Pedro, filho de D. Sexto protagoniza um golpe de estado que veio a falhar, facto que lhe fez ser exilado do País. D. Sexto, morre e assume Dona Maria o poder. De seguida, D. Miguel dá um golpe à Dona Maria e assume o poder. Pode-se relacionar este excerto com a actualidade, países que financiam Golpes de Estado, são eles que, depois de consumado o acto, beneficiam-se nas várias vertentes. Satisfazem os seus interesses. Por um lado, o povo africano, por exemplo epobrece, já o europeu ou americano, enriquece.

    Supondo de vista político, refira-se que, as Viagens de Portugal para Santarém intercalam-se com a história de Joaninha. Uma moça que vivia no meio da floresta numa casa de madeira na qual vivia com a avó e o primo, Carlos – este que tinha ido lutar na guerra civil – muito a propósito ao momento no qual escreve o romance – este episódio é uma metáfora da guerra civil.

    A Joaninha, vivia com a avó, Francisca e era cega. – esta personagem tipo representa a situação de Portugal. Enquanto o primo da Joaninha guerilhava, o padre, Frei Dennis – é uma alegoria do regime antigo, absolutismo – incomodava a família todas as sextas-feiras, criticando, desse modo, Carlos – que pertencia ao regime liberalista – pelo que fazia no liberalismo.

    Esta narrativa é trazida, quanto ao estatuto como autor-narrador, este que vai estabelecendo uma situação de dialogismo com o leitor e a respectiva ridicularizado do leitor numa linguagem satírica. Neste sentido, parece-nos que o autor poderá ter sido o primeiro a elaborar um romance psicológico. Justificando-se na seguinte passagem: ” A minha opinião sincera e conceitosa é que o leitor deve saltar estas folhas, e passar ao capítulo seguinte, que é outra casta de capítulo.”

    No segundo capítulo do livro, o autor-narrador diz: “Primeiro que tudo, a minha obra é um símbolo, é um mito.” Com esta frase o autor deixa explícito que a obra é uma ficção, mas uma ficção do real. E, por fim, é um símbolo digressivo histórico de luta para a transição do regime absolutista ao liberalista. Almeida Garrette pode ser enquadrado em duas correntes literárias, tal é o caso do Realismo e Romantismo, dado ao facto da sua obra conter elementos que correspondem às duas correntes.

    Por Gil Cossa

    Recensão crítica da obra "Viagens na Minha Terra" de Almeida Garrett
    Gil Cossa

    Gil Cossa é estudante do 3⁰ ano do curso de licenciatura em Literatura Moçambicana, na Universidade Eduardo Mondlane. É formado em Literatura, Artes e Cultura dos Países Lusófonos e em Escrita e a Crítica Literária e Jornalística, pelo Centro de Língua Portuguesa-Camões. Para além disso, é Revisor Linguístico e especialista em Retórica e Poética.

    Contactos: +258 844647600
    gilcossa00@gmail.com

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    Almeida Garrett Ensaio
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    Fernando Chaúque
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    FERNANDO ABSALÃO CHAÚQUE Licenciado em Ensino de Língua Inglesa pela Universidade Pedagógica de Maputo, é professor de profissão. É também escritor, autor do livro “Âncora no Ventre do Tempo” (2021), Prémio Literário Alcance Editores, edição de 2019, e co-autor das seguintes obras: “Barca Oblonga” (editora Fundza, 2022), “Mazamera Sefreu” (editora Kulera, 2023) e “Atravessar a pele” (Oitenta Noventa, 2023). Fez parte dos livros “Os olhos Deslumbrados” (FFLC, 2021); “Um natal experimental e outros contos” (Gala Gala edições, 2021).

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