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    Poesia

    Poemas de esboço

    Fernando ChaúqueBy Fernando Chaúque20/09/2024Sem comentários3 Mins Read
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    «Com TexTículos estou em crer que se exibem aqui, nos versos que corporizam a sua tessitura textual, um vulto surpreendente da poesia benguelense deste século XXI. Escritos durante os anos 2020, estes poemas surgem-nos intensamente vividos e dotados de uma particular contundência – dirigidos a ninguém e simultaneamente a toda a gente. Quando o poeta escreve no poema “Canto de Encanto” «sou homem / de carne e osso: / então me atrevo, os versos lembram-nos a contingência, a efemeridade, a vulnerabilidade e esperança que todas as nossas mensagens enquanto humanos contêm.» (Mário J. Aires dos Reis)

    APRESENTAÇÃO

    1.

    EIS-ME…

    DE AQUI DE ALI DE ALÁ

    DE AQUI & DE LÁ P´RA CÁ

    DE LÊS A LÊS À LESTE

    COM A PÁ LAVRA NA FRENTE!

     

     

    Tic tac Tempo

    Um rio sempre outro

    Com mil canoas no seu leito

    Com velocidade de mil caudais

    Nem uma caneta lhe acompanha

    Nem uma folha flutua…

    Nem a (ji)mboa mais amarga armada.

    Todos acabam por chegar ao fundo:

    É a gravidade ou Lei de Arquimedes;

    Perto do rio uma placa. Lê-se:

    AQUI PERDES.

    Tempo é um animal bípede

    Com passos de mil metros

    Que não se caça correndo.

    Medí-lo? Inútil é

    a tenacidade do pêndulo,

    com três ponteiros se é mal criado.

    Tempo é medido com espelho.

     

    NO LIMIAR DA MAIOR IDADE

    Certamente nasci

    de uma noite serena

    certamente o incêndio nasce

    sempre de uma chama pequena

    certamente não brotou de mim

    ainda o derradeiro poema

    ainda a caneta no ofício da espera.

     

    (P) ROSAS PARA A ROSA

    É calmo o mar da rosa. Imenso e nada salgado, nele me tenho afogado. Tenho um navio e um convés inundado. Às vezes paro. Penso. Observo. O mar da rosa mais parece um rio e qual hipopótamo nele me submerjo.

    A rosa sabe que na savana rio é ouro, saciando a sede de todos, mas o leão afugenta os outros. O mar da rosa é mar e às vezes rio serpenteando a savana, encantando noites e lua sem nem uma serenata.

    Rio d´elécttrica luz em plena mata. Dobram-se ouvidos, duetos na savana…a beira-rio a lua canta.

     

    (Primeiro ao Drummond. Depois ao Mendonça. Só

    ultimamente ao Maimona)

    Havia uma preta no meio do caminho

    da escola

    da igreja

    de casa

    havia uma preta no meio do caminho

    da universidade

    da biblioteca

    no meio do caminho havia uma preta

    preta a preta a

    que havia no meio do caminho

    ah, tão maravilhinda a preta

    no meio do caminho

    tantas pedras no meio do meio do caminho

    onde estava a preta porcelana preta

    sempre uma preta no meio do caminho

    uma preta e uma boémia no meio do caminho

    ou talvez eu preto no meio do caminho da preta

    no meio do caminho

    – com quantas pretas

    se faz o caminho de um poeta?

    XADREZ VERMELHO & COR DE ROSA

     

    Pedir ao bispo benção divina,

    enclausurar numa torre

    hesitante, coração, palpitante!

    Ir atrás da donzela

    no dorso do cavalo,

    se for preciso…

    quedar o peão no quadrado.

    Roubar a concubina do rei

    vencer no xadrez – é o que

    importa e a única lei –

    mirar na rainha,

    ser forte no embate do mate,

    dançar com a rainha

    & só aí gritar XEQUE-MATE!

     

    CANTO DE ENCANTO

     

    Falo ou não falo

    – faço.

    Amo ou não amo

    – escrevo.

    Sei ou não sei

    – leio.

    Vou ou não vou

    – espero.

    Sou homem

    de carne e osso:

    então me atrevo.

     

    Por Jorge Pimentel

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    Fernando Chaúque
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    FERNANDO ABSALÃO CHAÚQUE Licenciado em Ensino de Língua Inglesa pela Universidade Pedagógica de Maputo, é professor de profissão. É também escritor, autor do livro “Âncora no Ventre do Tempo” (2021), Prémio Literário Alcance Editores, edição de 2019, e co-autor das seguintes obras: “Barca Oblonga” (editora Fundza, 2022), “Mazamera Sefreu” (editora Kulera, 2023) e “Atravessar a pele” (Oitenta Noventa, 2023). Fez parte dos livros “Os olhos Deslumbrados” (FFLC, 2021); “Um natal experimental e outros contos” (Gala Gala edições, 2021).

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