Meu país,
Ai, ai, meu país,
Ai do meu país,
coitado do meu país.
Meu país,
hoje é terra de ninguém,
terra sem lei e direitos humanos.
Meu país,
País das dores.
Sinto as dores de Cabo Delgado,
em meu corpo.
Carregado o luto das
vidas ceifadas na minha alma.
Sinto as dores do país inteiro,
Sinto a dor do povo.
Meu país é muito rico
em recursos naturais,
Mas, o.povo é muito pobre.
Meu país,
está dividido.
Entre, os muito ricos e os muito pobres,
os protegidos e os perseguidos.
Meu país
perdeu a sensibilidade
pela vida humana,
perdeu o espírito patriotico e a tolerância,
perdeu o amor ao próximo.
Barricadas nas estradas,
disticos empunhados, gritos e cânticos,
essa é a voz dos injustiçados, desempregados, abandonados,
marginalizados.
Pneus em chamas,
corpos sem almas,
protestos e manifestações por todo
lado,
esse é o grito de socorro
do povo.
Meu país,
País das matanças,
País dos raptos e sequestros,
aqui gritam mais alto
a violência e as armas,
uma criança baleada,
uma senhora baleada,
um senhor baleado,
um jovem baleado,
meu coração apertado,
pelas balas disparadas das armas da polícia.
Por Morgado Mbalate