A temática da poesia de Alda Espírito Santo
Segundo Covane (2010), Alda Neves da Graça do Espírito Santo, nasceu em São Tomé e foi uma figura emblemática, não só da literatura e da cultura São-tomense, como também da história recente do país. Ora, Alda é uma das maiores poetisas dos países africanos da língua portuguesa. A sua poesia apresenta temáticas que vão além da sua militância política, luta e contestação. É uma das poucas mulheres que desempenhou um destacável papel na luta de resistência anticolonial para a libertação deste país.
No seu percurso, Alda colaborou com em diversas publicações regulares como Mensagem, jornal de Angola, a voz de São Tomé. Ademais, importa destacar que ela é autora de uma poesia, na qual expressa o protesto e luta intimamente associadas aspirações do seu povo.
Na sua produção, reafirma a cada instantânea coerência entre vida e poesia, ou melhor, a unidade entre protesto e luta. Colocou a língua portuguesa incorporada com firmeza e serviço de São Tomé.
A temática da evocação à infância e da mulher e da terra mãe
O sentido político de que se valeu Alda Espírito Santo ao referir-se à tarefa empreendida pelas mulheres na perspectiva das várias etapas de libertação que se lhes configuram repercute, em realidade, como uma mi9ssao secular e permanente, podendo ser avaliada em muitos momentos da sua própria poesia e de sua experiencia política, aspectos que conviveram de modo indiciado em toda a sua trajectória particular, não estabelecendo disparidade entre a criação literária e a actuação político social, o ideal estetizante da palavra e sua efectiva empregabilidade numa militância politica cidadã (Laranjeira, 1992).
As duas, nasceram em 1926, Alda em São Tomé e Manuela na ilha do príncipe, em suas obras individuais poderão ser identificadas zonas de confluência que apontam para um comprometimento ideológico dessa palavra poética na defesa das ideais de libertação individual e colectiva. A projecção destas duas autoras corresponde ao processo de tomada de uma consciência de classe e de identidade nacional no país e nas outras colónias de África.
Ora, dirigindo-se abertamente à pessoa comum, em ambas as autoras se confirma uma preocupação em manter o discurso de sensibilização política, realizando uma denúncia social onde suas falas se solidarizam com os segmentos menos favorecidos da população das ilhas (Covane, 2010).
Num outro ângulo, a actividade poética, que se destacou historicamente como uma expressão por excelência da literatura santomense, também em sua vertente feminina tem um espaço relevante também com a experiencia da prosa, facto comprovado com a aparição de nomes masculinos e femininos como Ana Maria Deus Lima, Maria pontífice e outros. As vertentes mais evidentes foram a experiencia da emigração, a temática africana e a afirmação identitária nacional.
Segundo Ferreira (1998), o romance O suicídio cultural de Aíto Bonfim foi lançado em 1992. Este livro revela preocupações políticas do autor perante a berlização da África em 1985. Ora, neta obra o autor encena o resultado das religiões entre os africanos e os europeus, atribuindo aos primeiros a responsabilidade e a culpa pela perda da cultura e identidade africanas.
Grande parte desta intriga desenvolve-se através de um diálogo que o protagonista mantém com duas personagens. Ademais, nesta obra entende-se uma narração em que os africanos depois de se tornarem independentes, substituíram as potencias coloniais, passaram de dominado ao dominador, de vitima ao carrasco.
Em outras palavras, O suicídio cultural refere que a África ainda não se encontrou consigo mesmo, encontra-se numa fase atrofiada da adolescência.
Nesta obra, é também interessante o contexto da preservação da identidade cultural através da expressão linguística em que no texto ensaia uma estratégia lúdica com a tradução.
Hoje, em São Tomé a ficção narrativa ainda é uma rudimentar prática de realização intermitente, tal como a pratica de realização intermitente, tal como a pratica poética que se anunciara auspiciosa logo após a independência.
A actual Literatura são-tomense
A afirmação literária empreendida nos anos 40, 50, 60 não resultou em fertilidade da literatura são-tomense nos anos da pós-independência. Esta situação teve mais a ver com factores extrínsecos a produção do que com a própria criação literária, num pais em que a impressão de um semanário depende da importação de papel.
Ademais, a literatura são tomense também passou por aquela fase eufórica de panfletização e sloganização da escrita por que passaram também as outras literaturas africanas de expressão portuguesa depois das independências políticas. Houve também a publicação de antologias em 1977: antologia poética Juvenil de S toe e príncipe intitulada Resistência popular ao fascismo e colonialismo e Antologia poética de s. Tome e príncipe.
Surgiram pois e afirmaram-se alguns escritores nos anos 70, e disso dá conta a mais recente antologia, O coro dos poetas e prosadores de São-Tomé e príncipe. De entre as novas vozes poéticas, destacam-se Aíto Bonfim, Fernando de Macedo, Frederico Gustavo e Sacramento Neto (Ferreira, 1998).
Este artigo discutiu aspectos inerentes à literatura são-tomense. Apresentou a temática da evocação à infância e da mulher, a temática da poesia da Alda Espírito Santo. Ademais, descreveu a nova e actual literatura são-tomenses.
Ora, apesar de que entre as colónias portuguesa a Guiné-Bissau é o país onde mais tardiamente se desenvolveu devido ao atraso do aparecimento de condições socioculturais propícias, a sua poesia apresenta temáticas que vão mais além da sua militância política, luta e contestação. É uma das poucas mulheres que desempenhou um destacável papel na luta de resistência anticolonial para a libertação deste país.
Portanto, a actividade poética, que se destacou historicamente como uma expressão por excelência da literatura santomense, também em sua vertente feminina tem um espaço relevante também com a experiencia da prosa, facto comprovado com a aparição de nomes masculinos e femininos como Ana Maria Deus Lima, Maria pontífice e outros. As vertentes mais evidentes foram a experiencia da emigração, a temática africana e a afirmação identitária nacional.
Referências bibliográficas
Covane, L. (2010). Literaturas Africanas em Língua Portuguesa I – Módulo. UCM.
Laranjeira, J. (1992). Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa, Lisboa.
Ferreira, M. (1998). No Reino de Caliban. Lisboa, Seara Nova.